Das viagens internacionais, passando por equipamentos obrigatórios e tickets em estações de ski, atletas precisam investir alto para se desenvolver no esporte
Isabel com os equipamentos: bota, prancha, calça, casaco, luvas, capacete... (Foto: Thierry Gozzer)
- Temos consciência que o snowboard nunca será um esporte de massa. Um vôlei, um futebol. Queremos estruturar para que um número mínimo de pessoas possam fazer a modalidade. E que daquele número, que para nós seria uma base mais larga, possamos detectar os talentos e designar para o alto rendimento. No snowboard big air, que é acrobático, se tivermos dez meninas entre 10 e 14 anos, estaria um número bom e parelho com federações que têm resultados diferenciados. E de 20 a 50 meninos seria o ideal - explica o CEO da CBDN, Pedro Cavazzoni, lembrando que a entidade estuda com atenção os atletas do sandboard, de mesma base e praticado nas areias.
Uma prancha de snowboard para iniciantes custa até R$ 1 mil. É preciso ainda comprar o blind, que fixa os pés no equipamento e custa R$ 300. A bota sai por R$ 500. As luvas têm o preço médio de R$ 100, os óculos R$ 200, capacete por R$ 100, calça e jaqueta por R$ 600. Além dos custos obrigatórios, é preciso viajar para fora do país. A América do Sul é o caminho mais em conta no começo. Assim, atletas que praticam modalidades com base similar, como o surfe e o skate, precisam investir pesado.
Capacete e óculos são equipamentos de alto custo e necessários para o snowboard (Foto: Thierry Gozzer)
- Além de ter que fazer a viagem, você precisa ter o equipamento. Para quem for fazer a primeira vez, o ideal é alugar os equipamentos. Prancha, bota, tudo você aluga. Você pode comprar materiais usados, o que é algo novo e bem legal, onde gasta-se menos. Não é barato, mas vale muito a pena - explica Anderson Dias, de 41 anos, e que disputou o Brasileiro na categoria Master A.
A maioria dos atletas brasileiros opta por viajar primeiro para Chile e Argentina. O real ainda é valorizado com relação às moedas locais e o deslocamento aéreo é mais em conta. Contudo, em algumas situações, dependendo da companhia aérea é preciso pagar o excesso de bagagem, já que na América do Sul o viajante só pode levar 23kg. Os Estados Unidos aparecem como segunda opção, seguido pela Europa. Quem escolhe alugar os equipamentos precisa arcar com custos de 50 dólares/dia (R$ 180) em média para os itens obrigatórios.
Atletas precisam pegar os lifts para subir a montanha nas estações (Foto: Thierry Gozzer)
- Se vier para a América do Sul, você consegue ficar uma semana gastando de R$ 4 mil a R$ 6 mil. Você consegue hotéis mais baratos, mas os passes para subir a montanha custam de 50 a 120 dólares e acaba onerando. Se você tiver experiência, consegue ir para a Europa com preço melhor. Na Europa a concorrência é maior, existem mais pistas, estações, e aí mesmo sendo mais longe acaba ficando mais barato - explica Pedro Mota, que pratica o snowboard desde 1997.
A próxima Olimpíada de Inverno acontece em Pyeongchang, na Coreia do Sul, entre os dias 9 e 25 de fevereiro. O Brasil nunca teve um snowboarder na disputa masculina. No feminino, Isabel Clark está entre as 20 melhores do mundo no snowboard cross e disputou três Jogos Olímpicos. Ela começou em Corralco a corrida olímpica para 2018.
Fonte: http://globoesporte.globo.com.br
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