Skatista testa pista do novo centro de esportes radicais de SP
Centro será inaugurado pela Prefeitura na Marginal Tietê.
Pistas poliesportivas do novo centro esportivo atendem skate, bike e patins.
O Centro de Esportes Radicais, construído na Marginal Tietê, na altura do Bom Retiro, região central da cidade, terá pump tracks, que são pistas que atendem skate, bike BMX, patins e patinete, mas não há nenhuma pista exclusiva de nível técnico intermediário ou avançado para o skate no parque.
Embora comemorem o novo espaço, skatistas ouvidos pela reportagem dizem continuar sem pista de qualidade e pedem reformas. A cidade de São Paulo tem cerca de 154 pistas públicas para 500 mil skatistas, segundo a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação.

Mini Ramp para nível iniciante construída no Centro de Esportes Radicais (Foto: Vivian Reis/G1)
Todo o centro esportivo, que custou cerca de R$ 13,4 milhões, segundo a
Prefeitura de São Paulo, é um parque voltado para a formação de
atletas. O parque agrega esportes pouco convencionais, abrigando ainda o
único ginásio de sumô fora do Japão, além de ser vizinho do estádio de
beisebol Mie Nishi.O atleta e construtor de pistas Blue Herbert, que pratica BMX (bicicleta de aro 20 geralmente sem freio) há cerca de 20 anos, projetou as três pistas de pump track do complexo de diferentes níveis técnicos: iniciante, intermediário e avançado. "O sonho é que este tipo de pista não seja mais novidade dentro de dois anos e que haja demanda suficiente para um parque um pouco maior".



Em 2012, com autorização da Subprefeitura de Itaquera e os recursos de uma empresa, os skatistas da região revitalizaram uma praça que estava abandonada.
"Criamos obstáculos, pintamos a praça, reunimos mais de cinco mil pessoas no primeiro evento, e no final não tinha uma bituca ou copinho fora do lixo", conta o músico de 35 anos, que pratica skate no local, conhecido como Praça da Estação.
De acordo com Lobão, além dos skatistas, moradores da região passaram a frequentar o espaço revitalizado, até que com a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, a prefeitura teria quebrado alguns obstáculos, instalado postes de energia no meio da pista e tornado o local uma praça de alimentação com barraquinhas de comida.
"A Copa realmente ajudou a 'quebrada', mas explicamos para a subprefeitura que poderíamos fazer a gestão do espaço. Não adiantou, o espaço gourmet também não funcionou e agora está tudo jogado por lá. Era para estar dos sonhos", lamenta.

Segundo ele, a subprefeitura prometeu uma pista ainda em março, se as chuvas não atrapalharem tanto o andamento das obras.
"Estou acompanhando porque a promessa vem de vários mandatos. Itaquera não tem lugar para andar de skate. Os desenhos são obsoletos e os obstáculos estão sempre padronizados, isso pela falta de comunicação com os skatistas", afirma Oliveira. "A região é carente e tem muito talento desperdiçado pela falta de 'pico'", acrescenta.
O skatista Deyverson Silva dos Santos, o Dido, também acompanha o desenvolvimento do projeto. "Nos disseram que não tem verba para o projeto inicial, que era maior, e que no máximo fariam algo simples com o dinheiro disponível", conta Dido.
"Não sei nem se seria um apelo ou uma afirmação de direito, mas nós gostaríamos de um espaço adequado para prática de skate em Itaquera. Queremos que nos escutem e que tenham mais compaixão pelos moradores daqui do bairro", completa.

Sobre a Praça da Estação, a subprefeitura diz que o espaço não é dedicado exclusivamente a skatistas e por isso também abriga um espaço gastronômico aos finais de semana.
Em relação à pista da Praça Brasil, a subprefeitura explica que os trabalhos foram retomados nesta semana e que a previsão de conclusão é de aproximadamente um mês.
Muitas das pistas da cidade ficam inutilizadas por conta da falta de manutenção e de consultoria especializada na elaboração dos projetos, de acordo com o vice-presidente da Confederação Brasileira de Skate, Edson Scander.
"Não existe um padrão técnico mundial para construir pistas, mas é preciso o acompanhamento de quem pratica skate, que tenha esse knowhow, para não expor os praticantes a riscos", explica.
O vice-presidente da Federação Paulista, Márcio Baggio, acredita na importância de reativar espaços abandonados.
“Os brasileiros ainda não conhecem seus campeões. Sandro Dias, Bob Burnquist, Luan de Oliveira, Pedro Barros, Ferrugem. A maior cidade do país deveria ter a maior estrutura para o skate”, defende. “Se houveram polêmicas sobre o uso da Praça Roosevelt, da Avenida Paulista e dos parques do Ibirapuera e da Independência é sinal de que tem muito skatista para pouca área”, continua.
Fonte:http://g1.globo.com.br
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