segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Jairo Lumertz ensina como se faz pranchas de pet em Porto

Surfista gaúcho leva, nestes sábado e domingo, workshop que já passou em diversos lugares do Brasil, no qual ensina crianças a confeccionarem o brinquedo usando lixo

 

Jairo Lumertz é um gaúcho, surfista dos bons que, um dia, quando morava no Havaí, nos idos de 2007, teve um estalo. Na intenção de reduzir o lixo do meio ambiente e, principalmente, confeccionar pranchas a valores módicos, deu vida a um protótipo feito a partir de garrafas pet. A iniciativa deu tão certo no arquipélago havaiano que, no Brasil, anos depois, repetiu a dose. Com esporte e ecologia unidos num só contexto, Jairo chega a Pernambuco, pela primeira vez, para ensinar como se fabrica o brinquedo. Nestes sábado e domingo, às 10h, no Palhoção do Bartô, em Porto de Galinhas, o foco é repassar o conhecimento às crianças e aos adolescentes do lugar, especialmente atendidas por instituições de Ipojuca.
- Fico sempre muito feliz de poder repassar esse conhecimento para a garotada. Na realidade, essa é uma atividade que envolve outras e suscita situações que vão além da limpeza do meio ambiente e da prática do esporte. Estamos falando de uma maneira também da garotada até comercializar as pranchas, alugá-las. Ou apenas brincar no mar, sem ter de desembolsar valores altos.

Jairo Lumertz Surfe (Foto: Arquivo Pessoal) 
Jairo Lumertz parte para o mar para brincar com pranchas de surfe de garrafa pet (Foto: Arquivo Pessoal)

A redução dos valores é uma realidade. Uma prancha de Stand Up Paddle (SUP), na qual o praticante fica em pé e é movida a remo, muito difundida no mundo inteiro, na versão “normal” custa mais de R$ 3 mil, dependendo do modelo. Feita de garrafas pet, sai, no máximo, por R$ 120. A menor, semelhante às vistas no litoral brasileiro, custa a metade do valor. A maior delas consome perto de oitenta pets: o meio ambiente agradece.
-  É um prazer muito legal você surfar em cima do lixo. Praticar um esporte e saber que contribuiu para limpar o meio ambiente. Por isso acho tão importante difundir a confecção dessas pranchas. Elas são mais lentas que as usuais, vai depender do tipo de garrafa utilizada. Mas a diversão é garantida – diz Jairo, que usa, ainda, cola, compensados de plásticos e canos de pvc, material que pode ser encontrado no lixo, excetuando-se, aí, a cola.

Jairo Lumertz Surfe (Foto: Arquivo Pessoal) 
Jairo Lumertz em ação com a prancha de lixo: ele mostra que é possível sim se divertir (Foto: Arquivo Pessoal)
 
Seis ONGs que atendem crianças e adolescentes em Porto de Galinhas garantiram presença no evento. São esperadas mais de 100 pessoas no workshop. Para os líderes das entidades, Jairo chega com uma opção de dar um direcionamento importante, tendo como armas o esporte e o amor pela ecologia.

Alexandre Ferraz Surfe (Foto: Divulgação / Bidu)Alexandre Ferraz vai chegar junto no evento em Porto de Galinhas (Foto: Divulgação / Bidu)
 
- Alguns meninos me alertaram sobre a sujeira nos mangues de Ipojuca, que é muita. Se você ensina uma criança dessas a fazer pranchas com o material, certamente teremos um impacto positivo no meio ambiente. Além disso, é uma maneira de os que não têm dinheiro para comprar pranchas fazerem as suas próprias e praticar um esporte. Todos estão ansiosos para participar da brincadeira - disse Pastor Alexandre, o "Pastor Beleza".
Quem também garantiu presença foi o surfista de ondas gigantes, o pernambucano Alexandre Ferraz. Acostumado a enfrentar as condições mais assustadoras pelo mundo, nunca teve a oportunidade de surfar com pranchas feitas de pet, embora tenha conhecimento da iniciativa de Jairo.
- Desde minha infância surfo nas ondas do Litoral Sul do Estado. E, para mim, não deixa de ser uma honra participar de uma iniciativa como essa, que tem como foco não só a limpeza do meio ambiente de Ipojuca, que está cada dia mais degradado, mas a prática de um esporte tão saudável para as pessoas. Por isso, não poderia faltar. E não vejo a hora de pegar onda com uma prancha dessas. Tenho certeza que vai ser emocionante.

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